sexta-feira, 6 de maio de 2011

O fascismo à brasileira e o caso Wellington

Enquanto as "ciências" buscam desvelar o Mal através de exames genéticos e neurológicos, com pesquisas que não mais se referem ou dialogam com sujeitos, mas com mentes ("perigosas", "paranóicas", esquizofrênicas"), os porta-vozes do ódio e do extermínio ganham cada vez mais adeptos, "amigos" ou "seguidores".
Wellington não foi "reconhecido". Foi enterrado na "vala comum" daqueles que decretam e criminalizam os "erros", sejam eles desvios de personalidade ou falha genética. Bolsonaro, nosso ilustre deputado federal pelo PP/RJ - Partido Progressista (?) - acha que a união gay é pior que uma bomba atômica e que não houve ditadura militar no Brasil. Este sim é reconhecido e aclamado pelos defensores da Tradição, da Família e da Propriedade.
Um "detalhe" os une. Um elo publicado pela mídia mas rapidamente esquecido: um perfil falso de Bolsonaro publicado 7 dias antes com um texto anunciando o massacre na escola onde estudava.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Oficina - Verdades e Existências

Apresentação


Este projeto é fruto de um trabalho que vem sendo realizado por um grupo transdisciplinar de alunos de graduação e pós-graduação de diferentes cursos e universidades: psicologia social, serviço social, arquitetura, geografia e direito. Desde 2007, este grupo se reúne para debater temas contemporâneos apontam para transformações nos espaços coletivos e individuais e que estão intimamente relacionados à política nas suas práticas cotidianas.

Este núcleo agregador foi fundamental para a constatação de dois pontos centrais. O primeiro deles se refere à inquestionável relevância de discussões teóricas e conceituais para uma reflexão sobre os problemas atuais. Nesse sentido, nada melhor do que esta multiplicidade de olhares e de experiências. Nossa segunda constatação nos levou a refletir sobre o empobrecimento destas discussões quando restritas ao universo acadêmico. Se as teorias servem de instrumentos transformadores, a prática deve estar sempre presente e não mais como ponto a posteriori, como conseqüência do pensamento. Trata-se de modos que seguem unidos: fazer pensando, pensar agindo.

A oficina verdades e existências serão realizadas no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, em Santa Teresa. Este bairro é conhecido nacional e internacionalmente como uma região que historicamente abrigou artistas e intelectuais. Talvez estas oficinas possam abrir ainda mais as portas e janelas para que novas trocas – relativas ao conhecimento, à arte e aos afetos – sirvam de experiências capazes de transformar mundos e existências.



Metodologia

A oficina será dividida por módulos (cada módulo corresponde a um mês). A coordenação deste projeto irá propor os temas dos dois primeiros módulos (junho e julho), sendo que os seguintes serão determinados em conjunto com os participantes. Cada encontro será dividido em três partes.

A primeira parte, a ser realizada pela equipe coordenadora, será uma introdução ao tema proposto, com uma breve análise sobre os conceitos que serão apresentados na segunda etapa do encontro. Ainda nesta primeira etapa, um oficineiro(a) irá apresentar um “dispositivo” relativo ao tema, que poderá ser feito a partir de um texto ou ainda através de instrumentos áudio-visuais, jogos lúdicos, teatrais, etc. A cada encontro teremos um(a) convidado(a) que fará, nesta segunda etapa, uma apresentação mais específica sobre o tema. Ao final do encontro será realizado um debate para que as idéias ali trazidas possam ser dialogadas com os participantes.

Cabe à coordenação a seleção de textos e obras que serão distribuídas a cada participante no momento da inscrição e que servirão de base teórica para a discussão nos encontros. Aos interessados, serão entregues certificados de participação nas oficinas.

Para este primeiro módulo, o tema proposto foi Sujeitos, verdades e crimes. Este tema irá debater esta tensão presente no campo psi, analisando principalmente a relação que a psicologia estabelece com a noção de verdade (o dizer verdadeiro, a verdade e o corpo, a coragem da verdade). Em oposição ao termo verdade temos o erro e, com ele, suas diversas categorias semânticas: o falso, a ficção, a ilusão, a morte e o crime. No segundo encontro convidamos dois advogados que atuam na área criminal para aprofundarmos esta questão e para debatermos conceitos centrais ligados ao abolicionismo penal.

Como segundo módulo, pretendemos oferecer uma discussão que amplie esta tensão para os espaços das cidades contemporâneas, problematizando os ordenamentos e as classificações espaciais e sociais. Para isso debateremos temas ligados ao urbanismo e à arquitetura.



Módulo I: Sujeitos, verdades e crimes



Dia 4: A psicologia e o desvelamento das verdades

Introdução ao tema: Vera Schroeder.

Oficineiro: Cristiano Rodrigues.

Convidado: Antonio Carlos Cerezzo – Doutor em Psicologia Social pela USP, Psicólogo da Fundação Municipal de Saúde de Niterói.



Dia 18: A verdade nas cidades contemporâneas: a criminologia dos erros

Introdução ao tema: Vera Schroeder.

Oficineiro: Daniel Adolpho Daltin Assis – advogado do CEDECA, Interlagos (Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Interlagos).

Convidados: Daniel Adolpho Daltin Assis e Raul Carvalho Nin Ferreira – advogado e estudante de filosofia (USP) com experiência em movimentos sociais.



Resumo das atividades

Módulo I: Sujeitos, verdades e crimes

Aulas em junho, quinzenais.

Sábados, dias 4 e 18, das 15h às 18h

Local: Centro Cultural Laurinda Santos Lobo - rua Monte Alegre, 306 – Santa Teresa

Coordenação: Instituto de Estudos de Soma e NExA (Núcleo de Experimentações Anárquicas)

Apoio: Centro Cultural Laurinda Santos Lobo e CRP/RJ (Conselho Regional de Psicologia/Rio de Janeiro)

Inscrições gratuitas através dos endereços eletrônicos:

www.estudosdesoma.org

http://anarco-sabo.blogspot.com



Coordenação

Cristiano Rodrigues. Possui mestrado pela Universidade Federal Fluminense – UFF, com estudos voltados à psicologia clínica e social.

Emmanuel Vilas Boas. Geógrafo formado pela UFF e pós-graduado em Gestão Ambiental pela Gama Filho.

Felipe Nin. Graduando em Arquitetura, UFF.

Renata de Oliveira Santos. Atriz formada pela Escola de Teatro Martins Pena e graduanda em Serviço Social pela PUC-Rio. Coordenadora da Ong Terr’Ativa, que desenvolve trabalhos sociais com crianças e adolescentes no Morro do Fubá, Cascadura.

Vera Schroeder. Doutora em Psicologia Social pela UERJ/Université de Liège. Presidente do Instituto de Estudos de Soma.